sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Antecedentes da Semana de 22: Vanguardas Européias

Oi, pessoal!

Na próxima aula vamos entrar no Pré-Modernismo e falar um pouco sobre as Vanguardas européias. Por isso, resolvi montar um pequeno glossário para quem não tem familiaridade com História da Arte.
Para começar, esse link vai leva-los a uma pequena apresentação a respeito do que é arte, como ela se apresenta, quem é o artitsta, além de uma pequena relação de modalidades artísticas como pintura, escultura, etc. De modo bastante breve, a página oferece alguns conceitos iniciais que são valiosos.


Agora, vamos dar um pulo nas Vanguardas Européias tiveram influência decisiva na consolidação do Modernismo brasileiro. Como nosso foco é a literatura que se fez no Brasil nesse período, é preciso ter em mente que esses movimentos artísticos europeus, esses "ismos" todos, tiveram grande peso em seu contexto de origem, pois significavam uma destruição de todas as concepções sobre arte consolidadas até aquele momento. Destruidoras? Sim, porque contestavam e desconstruiam todos os conceitos valorizados pela arte, que eram então, digamos, conservadores e acadêmicos, em outras palavras, eram institucionalizados, vistos como "o certo" em arte, o que tinha "bom gosto".


Para quebrar a noção de perspectiva, os Cubistas colocavam vários ângulos do mesmo objeto em suas pinturas; para levar o olhar de todos para o futuro, para a tecnologia, o Futurismo defendia que havia mais beleza num automóvel que numa famosa escultura grega antiga. Enfim, de alguma maneira, esses movimentos eram de vanguarda porque traziam em suas premissas inovações formais e temáticas que quebravam cânones, e essa foi sua contribuição à arte.

Essa contribuição, e é isso o que mais importa aqui, não ficou apenas nas artes plásticas, mas extravasou para a literatura, a fotografia, o cinema (essas últimas duas, então, caçulas das artes) , etc. Com esse ar de rebeldia e revolução, a consciência do modernismo trouxe uma cara nova ao que vinha sendo feito até então, e é essa sua grande importância não só na HIstória da Arte, mas na História em Geral, já que não podemos esquecer que arte é feita num contexto social e político, e dialoga com ele.

No site abaixo vocês vão encontrar uma linha do tempo na qual encontramos informações e imagens de todas essas correntes. No fim dessa linha, há uma outra, que fala sobre arte brasileira, que também será útil a vocês. Vamos lá:



História da Arte.com - Linha do tempo



É importante que leiamos os seguintes pontos:

Hist. da Arte Geral - Expressionismo, Cubismo, Futurismo, Dadaísmo, Abstracionismo Geométrico, Abstracionismo Sensível e Surrealismo

Hist. da Arte Brasileira: Modernismo Brasileiro, Expressionismo



Claro que nunca é demais dar uma olhada em tudo, pois o site é bom e há muitas imagens interessantes.

Bom, vou ficando por aqui. Espero que esse apanhado geral ajude a situar as questões-chave do Modernismo e da Semana de 1922.

Lembrem-se que essa é a hora de lerem e se informarem sobre os mais variados assuntos, pois não apenas o Vestibular cobra isso, como em todos os momentos posteriores, já que quanto mais cultivamos nossa mente (não estou dizendo pra esquecer do corpo, hein), mais nos tornamos interessantes, úteis, informados e críticos - qualidades que nos destacam em meio a multidão.

Nos vemos em aula

Ana

Fonte:


MARTINS, Simone R.; IMBROISI, Margaret H. Maneirismo. Disponível em: http://www.historiadaarte.com.br/linhadotempo.html, s.d. Acesso em 30 dezembro 2005.

Resumo: Simbolismo

Simbolismo

Contexto Histórico
 - Negação do cientificismo e do racionalismo

Características
 - Espiritualismo, misticismo
 - Poesia da sugestão
 - Imagens vagas, imprecisas
 - Busca da realidade para além da aparência
 - Sinestesia - Mistura de sensações
 - Musicalidade: assonâncias e aliterações
 - Aproximação com a música

Simbolismo em Portugal
Camilo Pessanha - passagem do Tempo

Simboliamo no Brasil
 - Cruz e Sousa
      - O mais importante autor simbolista brasileiro
      - Recurso mais utilizado: musicalidade
      - Universalização da dor humana
      - Emparedado
      - Obsessão pela cor branca
      - Religiosidade
      - Dante Negro/Cisne Negro

Fonte: Material OSE-COC de ensino.

Resumo: Parnasianismo

Parnasianismo no Brasil

Contexto Histórico
 - Assimilação das teorias científico-filosóficas do século XIX
 - Brasil: maior valorização  social das atividades intelectuais

Características
 - Negação do sentimentalismo Romântico
 - Resgate da herança clássica
 - Racionalismo
 - Impessoalidade
 - Descritivismo
 - Orientalismo, exotismo
 - Visualismo
 - Perfeccionismo formal
 - Arte pela Arte

Autores
 - Alberto de Olivrira: parnasianosmo convencional
 - Raimundo Correia: pessimismo e melancolia romântico-simbolista
 - Olavo Bilac
     - Participação ativa em lutas políticas nacionalistas
     - "Príncipe dos Poetas Brasileiros"
     - Parnasiano na maior parte de sua produção
     - Poema-síntese de seu estilo: Profissão de fé
     - Temática sensual e erótica - afastamento do cânone parnasiano

Fonte: Material OSE-COC de ensino.

Resumo: Realismo/Naturalismo

Realismo/ Naturalismo

Contexto Histórico
 - Desenvolvimento científico e materialismo
 - Positivismo
 - Socialismo
 - Determinismo
 - Evolucionismo
 - Questão Coimbrã (Portugal - 1865)
 - Conferências do Cassino Lismoense (Purtugal)

Características
 - Naturalismo = corrente científica do Realismo
 - Tratamento mais fiel da realidade
 - Sexualidade
 - "Belo Horrível"
 - Homem Psicológico - Realismo
 - Homem biológico - Naturalismo
 - Forte teor crítico
 - Linguagem acessível e informativa

Realismo em Portugal
 - Antero de Quental - Poeta
    - 3 fases em sua produção
      1ª - Temática religiosa
      2ª - Fase realista
      3ª - Fase metafísica

 - Eça de Queiros
   - 1ª Fase: realismo incipiente
   - 2ª Fase: realismo-naturalismo
      Panorama de crítia social e cultural da vida portuguesa
   - 3ª Fase: lirismo

Realismo no Brasil
 - Machado de Assis
    2 fases em sua produção
     - Fase Romantica - diferenciada, com prenúncios da fase posterior
     - Fase Realista - inovação no conteúdo e na forma
    Recursos mais utilizados: digressão e metalinguagem
    Romances mais famosos:
      - Memórias Póstumas de Brás Cubas
      - Quincas Borba
      - Dom Casmurro
    Contos: seguem a linha dos romances em conteúdo e forma, na maior parte de sua produção

Memórias Póstumas de Brás Cubas
 - Defunto autor
 - Brás Cubas - Virgília - Lobo Neves
 - Capítulos curtos
 - Ironia
 - Digressão
Quincas Borba
 - Filósofo do Humanitismo - "Ao vencedor, as batatas"
 - Cão
 - Rubião - Sofia Palha - Cristiano Palha
 - Loucura
 - Solidão
Dom Casmurro
 - Bentinho - Capitu - Escobar
 - Adultério sob prespectiva viciada

Naturalismo no Brasil
 - Aluísio de Azevedo
    - Obra fortemente influenciada pelas teorias do final do século XIX - Determinosmo, Evolucionismo, Socialismo
   - Principais Obras
     O Cortiço - a mais conhecida
     O Mulato - obra que inaugurou o naturalismo no Brasil, em 1881
  - Representante máximo do Naturalismo na Literatura brasileira

 - Raul Pompéia
   Obra-prima: O Ateneu
    - Sérgio (personagem narrador): "alter-ego" do tradutor
    - Mistura de estilos na obra: Realismo, Naturalismo, Expressionismo, Impressionismo

 - Adolfo Caminha
   Influência de Eça de Queirós
   O Bom Crioulo - arte engajada
   Abordagem da temática homossexual
   - Amaro e Aleixo - dupla central

Fonte: Material OSE-COC de ensino.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Resumo do Romantismo



Momento sócio-cultural

.Vinda da família real portuguesa.
.Rio de Janeiro transforma-se no mais importante centro  político e cultural
 do país.
.Independência política/1º Império/Regência/2º Império.
.Poder político e econômico: fazendeiros do café. Relação básica: senhores e
escravos (início de uma classe média urbana). Economia de exportação.


Características literárias

.A literatura como forma de conquistar a independência cultural: modelos literários europeus + cor local.
.Nacionalismo, indianismo (idealização da pátria através da natureza, do índio e da religião). Subjetivismo, exaltação do sentimento e da imaginação.
Poesia social: condoreirismo.
.Mudança de matriz literária e cultural, de Portugal para a França.


Autores e obras

   Poesia
Primeira geração (indianismo):
.
Gonçalves de Magalhães: Suspiros poéticos e  saudades  (1836), marco oficial
do início do Romantismo no Brasil.
.
Gonçalves Dias, principal poeta indianista: Primeiros cantos, Segundos cant-
os, Os Timbiras
(poema épico).
Segunda geração ("mal do século", byroniana):
.
Álvares de Azevedo, principal poeta dessa geração, muito próximo do romantismo europeu: Lira dos vinte anos..Casimiro de Abreu: As primaveras..Junqueira Freire: Inspirações do claustro..Fagundes Varela : Vozes da América (poesia épica), Evangelho nas selvas.
Terceira geração (condoreirisno, a poesia como forma de denúncia social, anún-
cio do Realismo, tom épico e grandiloqüente):

.Castro Alves, o poeta dos escravos: Espumas flutuantes, Os escravos (1883),
obra póstuma.


   Prosa
.Nascimento do romance de folhetim.
.Joaquim Manuel de Macedo: A Moreninha (1844), primeiro romance brasileiro
de destaque.
.José de Alencar, maior romancista romântico do Brasil.
-romances indianistas: Iracema, Ubirajara, O Guarani;
-romances urbanos: Senhora, Lucíola;
-romances regionalistas: O sertanejo, O gaúcho;
-romances históricos: As minas de prata.
.Bernardo Guimarães: O seminarista, A escrava Isaura.
.Franklin Távora: O cabeleira..Visconde de Taunay: Inocência, A retirada da Laguna.

Prosa de Transição: Romantismo/Realismo
Manuel Antônio de Almeida (1831-1861)
Obra-prima:  Memórias de um Sargento de Milícias
 - Registro de costumes
- Negação da estética romântica
- Linguagem popular

Resumo do Arcadismo

Momento sócio-cultural

.Ciclo do ouro.
.Mudança do eixo econômico do Nordeste para o Sudeste.
.Centro econômico e  cultural: Minas Gerais  (em particular Vila Rica, atual
Ouro Preto).
.Inconfidência Mineira e outros movimentos de contestação  em relação à dominação da Metrópole.
.Início da vida literária na colônia.


 Características literárias

.Bucolismo (poesia pastoril) e Iluminismo (neoclassicismo).
.Distanciamento entre a arte e a vida (ainda que participassem da Inconfidência, os poetas árcades escreveram poemas desligados da situação econômica e política em que viviam).
.Anúncio do Romantismo na poesia épica: espírito nativista.


Autores e obras

Poesia lírica
.Cláudio Manuel da Costa (pseudônimo: Glauceste Satúrnio): Obras poéticas
(1786, início oficial do Arcadismo no Brasil).
.Tomás Antônio Gonzaga  (pseudônimo: Dirceu),  nosso maior e mais popular
poeta árcade:
Marília de Dirceu (1ª e 2ª partes, 2 volumes).
.Silva Alvarenga: Glaura

Poesia épica (sentimento nativista):
.Basílio da Gama: O Uraguai
.Santa Rita Durão: O Caramuru
.Cláudio Manuel da Costa: Vila Rica

Poesia satírica (crítica social):
.Tomás Antônio Gonzaga: Cartas Chilenas

Fonte: http://portalliterario.sites.uol.com.br/arcadismo.htm

Língua Portuguesa no ENEM - Dica de Blog

Blog do curso preparatório para o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) de Língua Portuguesa - Interpretação de Texto, Literatura e Redação, conteúdo ministrado pelo Professor Ricardo Peruchi, uma iniciativa do Premaesp.

Link: http://enemnota100.blogspot.com/

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Cavaleiro Monge - Mariza

Bom dia, pessoal!

Hoje começei o dia pensando "Preciso postar o vídeo que prometi ao pessoal"... Então, sem mais demoras, aqui vai. Lembram-se de quando vimos o Romantismo em Portugal e de como no romance "Eurico, O presbítero" aparecia um certo Cavaleiro Negro e tudo mais? Bom, parece que esse cavaleiro é uma lenda do país e há uma grande chance de o autor do romence, Alexnandre Herculano, ter incorporado isso ao enredo, já que era muito dado a historicismos em sua obra. Pra não ficar apenas no vídeoclip da cantora portuguesa Mariza (vejam outros vídeos dela no Youtube, ela é muito legal e seu trabalho também!), vou passar alguns outros links pra vocês saberem mais sobre o assunto e, também, rir um pouco, porque nem só de seriedade vivem os estudos, não é mesmo?

Eurico, o presbítero:
http://www.culturatura.com.br/obras/Eurico%20-%20o%20Presb%C3%ADtero.pdf
Aqui vocês podem salvar o livro em PDF para lerem o romance. Vale à pena!

Romantismo em Portugal - Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo_em_Portugal
A Wikipédia pode não ser muito confiável em todos os verbetes, mas esse aqui que linkei acima é muito bom. Aqui vocês podem saber um pouco mais sobre o Romantismo em suas manifestações portuguesas e, se quiserem dar uma espiadinha no que diz respeito ao Brasil, será ótimo.

Desciclipédia: Verbete Cavaleiro Negro
http://desciclo.pedia.ws/wiki/Cavaleiro_Negro
Olha, muita viagem, rsrs.

Bom, gente, acho que é isso. Se alguém achar mais alguma coisa interessnte, poste um comentário, beleza?

Até mais ver, saboreiem o vídeo!

Ana


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Dica de livro: "As veias abertas da américa latina"

OI, pessoal, tudo bem?

Como comentamos em aula, estou passando pra vocês a dica do livro que, eu acho, vocês vão adorar. Ele se chama "As veias abertas da américa Latina", escrito por Eduardo Galeano. Com oma breve passada no google vocês acham mais informações sobre ele.

Boa Leitura!
Ana

Exercícios Resolvidos - Figuras de Linguagem

 Aí vão alguns exercícios de fixação, alguns com resolução, caso seja preciso. Todos sabemos a importância de compreencer e saber reconhecer as Figuras de Linguagem tanto para enriquecer os textos que escrevemos quanto para degusta-las nos textos que lemos. Mãos à obra, pessoal!

Site Cola da Web - Exercícios Resolvidos

MundoVeatibular.Com - Exercícios (sem resolução)

Exercícios PDF

Vícios de linguagem

A gramática é um conjunto de regras que estabelece um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são obedecidas, em se tratando da linguagem escrita.  O ato de desviar-se da norma padrão no intuito de alcançar uma maior expressividade, refere-se às figuras de linguagem. Quando o desvio se dá pelo não conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem.

a) barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta.
pesquiza (em vez de pesquisa)
prototipo (em vez de protótipo)

b) solecismo: consiste em desviar-se da norma culta na construção sintática.
Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz ; desvio na sintaxe de concordância)

c) ambiguidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um modo tal que ela apresente mais de um sentido.
O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do guarda ou do suspeito?)

d) cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de palavras.
Paguei cinco mil reais por cada.

e) pleonasmo vicioso:  consiste na repetição desnecessária de uma ideia.
O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente.
Observação: Quando o uso do pleonansmo se dá de modo enfático, este não é considerado vicioso.

f) eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som.
O menino repetente mente alegremente. Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
Equipe Brasil Escola

Fonte:  http://www.brasilescola.com/portugues/figuras-linguagem.htm

Figuras de Linguagem

A Wikipédia tem um material que pode ajudar vocês na hora de estudar Figuras de Linguagem, vejam aqui.

Nunca foi tão divertido andar de elevador...

Publicidades se aproveitam de todas as partes do local e ainda conseguem surpreender, Veja as fotos:

http://www.pipocadebits.com/2010/07/publicidade-criativa-em-elevadores.html

Fonte: Yahoo Página Inicial

LITERATURA NO VESTIBULAR 2011 - USP E UNICAMP

Maria Theresa Fraga Rocco *

Veja ao lado os livros da lista unificada exigida pela FUVEST, disponíveis para baixar em arquivo pdf.
Entrevista com a Profa. Dra. Maria Theresa Fraga Rocco (FE-USP/Fuvest):
— Como você vê a relação entre a experiência com a literatura e a formação escolar hoje?
À primeira vista, a relação entre a experiência com a literatura e a formação escolar hoje parece ser uma relação de divórcio. Há um consenso generalizado no sentido de que “o jovem não lê”. Isso não é exatamente correto: o que acontece é que, no repertório da leitura que atrai o jovem hoje, a literatura não está muito presente. O jovem, em geral, só vai conhecer a literatura quando é levado a ela pela escola – muitas vezes, ele só lê “obrigado”. Entretanto, a partir deste ponto, muitos passam a gostar enormemente dessa experiência com o estético na leitura.
Então, a partir do momento em que se ultrapassa aquela estranheza e distância iniciais, eu vejo a experiência dos jovens hoje com a literatura como muito satisfatória.
Nesse percurso de conhecer a literatura, em geral, o primeiro ponto que atrai o jovem na leitura é o enredo, a história contada nos livros; mas em um segundo momento, ele passa a desenvolver uma sensibilidade estética – passa a se perguntar: “Por que isso é literatura? O que tem este texto que o torna uma obra literária?”. E quando isso acontece, está cumprida a função da exploração da literatura no âmbito da formação escolar. É aí que ficamos felizes. Só este fato, só este despertar de uma visão estética, já justifica, a meu ver, a inclusão da preocupação com um repertório de leitura literária na formação escolar.
— Nesse sentido, qual é o papel da lista de livros recomendados pela Fuvest?
Em primeiro lugar, é claro, a recomendação dos livros é um dos fatores que cumpre esse papel de apresentar a literatura ao jovem – que, mesmo se configurando inicialmente no sentido de uma “obrigação”, termina por valer a pena, quando se chega àquele ponto de revelação que eu mencionei anteriormente. Mas além disso, há um segundo fator: quando a lista é composta, note-se que ela tem uma espinha dorsal, que vem desde a antiguidade até o contemporâneo. Nossa preocupação nesse aspecto é mostrar a mudança das formas literárias; é mostrar que elas não vêm “do ar”, elas remetem a todo um contexto histórico. Então uma das funções que vemos na lista é a de fazer o aluno mergulhar nesse arcabouço da história da literatura, desde os autores mais antigos até os atuais. E isso se une ao que eu dizia anteriormente sobre a descoberta do estético: o jovem pode sentir um grande estranhamento num primeiro contato com uma obra de Gil Vicente, por exemplo – pode até achar graça naquilo de início – mas num segundo momento, ele passa a perceber o
valor da obra, sua relação com seu tempo, e começa a construir um olhar renovado. A construção desse olhar é também uma das tarefas que a recomendação dos livros cumpre.
— Que critérios a comissão segue para elencar os livros escolhidos a cada ano?
Um dos critérios principais, seguindo na linha do que eu disse há pouco, é a preocupação com a evolução da obra literária no tempo. Procuramos reunir, entre os livros recomendados, alguns dos principais representantes dos movimentos mais significativos da literatura em português. Mas além disso, pela natureza dessa reunião de obras, seguimos também o critério da “legibilidade” – ou seja, buscamos selecionar obras que consideramos legíveis para o jovem, já que para muitos esta representa a primeira experiência com o texto literário. Então, procuramos um equilíbrio entre a intenção de levar o aluno a mergulhar naquele arcabouço para poder perceber o fato estético-literário na história (de um lado), e a atenção à questão da acessibilidade das obras, de outro.
— Como o jovem deve se preparar para a entrada na universidade a partir dessas recomendações?
O que o jovem precisa fazer é ler, ler, e ler as obras indicadas – e, de preferência, ainda outras! Esse jovem está se preparando para entrar na Universidade, e deve perceber que a Universidade se abre para ele de um modo plural. A experiência ideal na Universidade é a experiência da pluralidade! E a literatura, justamente, é uma abertura para uma visão plural do mundo.
É sobretudo por isso que o aluno nunca deve confiar em resumos, ou em “aulas-show”. Nada disso vai dar a ele a relação que ele precisa estabelecer com a literatura, nesse sentido de se abrir para um novo mundo. Ele precisa estabelecer aquela ligação solitária com o livro... É ele, e o livro. Essa aparente solidão é o que vai se abrir para muitas vozes. O livro é que vai se abrir para ele, o livro é que vai ampliar o seu repertório de vida.
No fundo, portanto, se preparar para a Universidade é se preparar para abrir a cabeça e viver a vida. A literatura permite isso. Só o livro permite isso. É um ato de aparente solidão, mas é o ato mais plural de todos.

* Maria Theresa Fraga Rocco, professora titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, é diretora da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) desde 2001. 
 
Fonte: http://www.brasiliana.usp.br/node/487

Conheça a Biblioteca Brasiliana

Projeto da Reitoria da USP que permitirá o acesso, para pesquisa e ensino, à maior Brasiliana (coleção de livros e documentos de e sobre o Brasil) custodiada por uma universidade em escala mundial, tornando-a disponível na internet. Concebido pelo professor István Janscó, morto em março de 2010, sob a coordenação do professor Pedro Puntoni, o projeto Brasiliana USP implica, portanto, a permanente interface entre as atividades fins da USP - formação de quadros, pesquisa e divulgação de resultados – articulados por um vetor estratégico de alcance nacional.

Visite o site da Brasiliana: www.brasiliana.usp.br

Fonte:  http://www4.usp.br/index.php/bibliotecas

terça-feira, 4 de maio de 2010

Resumo: Padre Antônio Vieira

Padre Antônio Vieira (1606 - 1697)
Um dos maiores escritores da língua portuguesa
Um dos maiores oradores europeus
Envolvimento com a política
15 volumes de sermões

Principais Características de sua Obra

Temas retirados do cotidiano
Ponto de partida: texto da Bíblia
Defesa das idéias contra-reformistas
Pontos mais polêmicos: defesa do índio, profetismo sebastianista, defesa dos cristãos-novos
Utilização da linguagem como meio (conceptismo)
Principais sermões: Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as da Holanda, Sermão de Santo Antônio aos peixes, Sermão da Sexagésima, Sermão do Mandato, etc.

Resumo: Barroco

Contexto histórico

Século XVI - Seiscentismo
Reforma Protestante
Contra-Reforma
Inquisição
Companhia de Jesus
União Ibérica em Portugal
Restauração Portuguesa em 1640
Incremento da política de colonização (engenhos de cana-de-açúcar na Bahia)

Marcos do Barroco

Portugal - 1580 - Domínio espanhol/ 1640 - Restauração portuguesa
Brasil - 1601 - Prosopopéia de Bento Teixeira / Obras, de Cláudio Manuel da Costa

Características

Contradição - princípio básico
Materialidade X Espiritualidade
Cultismo
Conceptismo
Religiosidade medieval
Angústia existencial
Pessimismo
Rebuscamento da linguagem

terça-feira, 20 de abril de 2010

Arte: como e com que olhos devemos olhar para ela?

Pessoal, estou postando esse artigo que escrevi há algum tempo porque acho que pode nos ajudar a parar pra pensar sobre qual é a nossa relação, não só com a Literatura (o que nos interessa aqui), mas com a arte em geral. Por isso, leiam, comentem...
Vamos discutir a respeito.


Bons Estudos!

 

      “Não sei bem o que dizer... Talvez por não ser da área de Humanas, eu não tenha elementos para emitir uma opinião ou interpretar essa obra...” Foi isso o que disse, certa vez, um estudante universitário quando perguntado sobre o que achava de uma obra de arte.
      Ora, qual seria a vantagem de pessoas da área de Humanas nessa questão? É exclusividade de alguma área específica voltar o olhar para uma obra de arte, seja qual for sua modalidade? O que é preciso ter para saber olhar a arte em geral? Existe um curso para isso? Como e com que olhos a arte deve ser olhada?
      Essas são apenas algumas das questões levantadas usualmente nos questionamentos a respeito da arte. Mas não nos assustemos, isso não é o bicho de sete cabeças que parece à princípio. Que tal pensar um pouco sobre isso?
      É claro que há pessoas que se dedicam em tempo integral a estudar esses liames salgados que se colocaram nas questões levantadas acima: a retaguarda teórica que elas levam em conta é vasta e sempre dá muito pano para manga. Mas o que precisa ficar claro aqui é o seguinte: não há um grupo específico e seleto de pessoas que têm a permissão de olhar para uma obra de arte e julga-la. Todos nós, como seres humanos que somos, podemos sim fazer isso, porque uma obra de arte, de um modo ou de outro, sempre nos diz algo, ainda que seja um curto e grosso não estou dizendo nada.
      Maravilhados ou perplexos, satisfeitos ou enojados, comovidos ou chocados, apaixonados ou indiferentes sempre ficamos, de algum modo, quando nos deparamos com uma obra de arte, seja ela uma pintura, uma escultura, um livro, ou outra modalidade artística. Até mesmo no caso da indiferença temos algo a dizer: não vi nada de mais nisso, e daí, não fez diferença nenhuma em minha vida, etc. Se é assim, então por que motivo dizer que, por não ter determinados conhecimentos, não se tem elementos para olhar a arte?
      Na perseguição dessa resposta – que certamente não vai aparecer respondida, pronta e acabada, do nada – uma coisa é certa: qualquer um é capaz de exprimir o que pensa de uma obra e ninguém pode dizer que não seja assim. Isso porque a opinião formada a respeito pertence a quem a emitiu e, se foi formada assim, é porque houve motivos para tanto. Claro que é possível conversar sobre o que fundamenta essa opinião ou até confrontar perspectivas diferentes, mas nunca seria possível dizer que uma opinião está ou não errada, ela é um juízo pessoal.
      Afinal, quando temos contato com uma obra de arte, ela nos diz algo, de alguma maneira ou pode, mesmo, não dizer nada. E agora: alguém pode dizer que a impressão causada está errada? Ora, ela provém do meu contato com a obra, e não há regra determinada que diga o que se deve ou não sentir, nem de que maneira. É por isso que, de um certo ponto de vista, podemos dizer, por exemplo que há tantos livros quanto são os seus leitores, já que cada um o lerá de modo diferente. Isso significa que todos tem, sim, elementos para dizer o que pensam de uma obra de arte, e não é preciso ser da área de Humanas para ser capaz de fazer isso.
      Não podemos esquecer, contudo, que quanto mais vamos tendo contato com esse universo fantástico, mais vamos formando nossos próprios critérios a partir da bagagem que vamos constituindo. Mas como ninguém nasce pronto, até mesmo aqueles que demonstram grande traquejo quanto se trata do tema tiveram de começar por algum lugar. É ponto para a democracia da sensibilidade artística.
      Em resumo, o que precisa ficar disso tudo é o seguinte: a apreciação da arte é patrimônio de todos. A dimensão artística é inerente ao ser humano, e ninguém precisa necessariamente fazer arte para ser capaz de sentir algo a partir dela. Combinemos o seguinte: se perguntarem com que olhos se deve olhar a arte, respondamos, simplesmente, “com os seus“.
      Alguns procuram entender o que motivou uma obra, outros procuram harmonia; uns querem suavidade e leveza; outros, ousadia e provocação - até mesmo o grotesco. O fato é que, seja como for, nossa sensibilidade não deve ser subestimada, ao contrário, é preciso exercita-la, usa-la, porque não se paga imposto por isso.

Ana Pismel
Publicado no sote recanto das Letras
20/10/20009

O teatro de Gil Vicente - Resumo

Primeira obra - O Monólogo do vaqueiro ou Auto da Visitação (1502) - Homenagem ao nascimento do futuro D. João III
Última obra - Floresta dos enganos (1536)
Considerado o criador do teatro português, com uma produção de 44 peças (17 em português; 11 em castelhano e 16 bilíngues)
Influência de Juan del Encina
Ridendo castigat mores (Rindo, castigam-se os costumes)
Postura crítica, satírica e moralista
Simplicidade na cenografia e na linguagem
Caráter alegórico de suas produções
Peças mais conhecidas: Trilogia das Barcas (Inferno, Purgatório, Paraíso ou Glória), Farsa de Inês Pereira, Auto da Índia, O Velho da horta, etc.

Fonte: material didático OSE_COC.

Classicismo: Resumo

Contexto Histórico geral

Berço do Renascimento (Classicismo) - Itália (século XV)
Contribuição da Imprensa na divulgação do movimento
Predomínio do ensino laico
Demucratização da cultura
Racionalismo (desenvolvimento científico)
Antropocentrismo


Contexto Histórico Português

1527 - Volta de Sá de Miranda da Itália / 1680 - Dominação Espenhola
"Estilo novo"
Dinastia de Avis
Grandes navegações
Fixação da língua portuguesa

Caracterização

Influência da cultura greco-latina e seus modelos
Racionalismo
Equilíbrio
Mitologia
Teoria aristotélica do homem natural
Universalismo
Antropocentrismo
Clareza

Humanismo: Resumo

Contexto Histórico

Humanistas
Mecenas
Desenvolvimento social, político e econômico
Expancionismo
Imprensa
Teocentrosmo/Antropocentrismo

A Prosa de Fernão Lopes

Melhor prosador portugês medieval
Atitude científica como historiador História = ação da elite + ação popular
Estilo simples
Principais crônicas:
   Crônica del-Rei D. Pedro I
   Crônica del-Rei D. Fernando
   Crônica de El-Rei D. João

Outros Cronistas

Gomes Eanes Zurara
Rui de Pina

Prosa doutrinária

Transmissão de ensinamentos

Poesia Palaciana

Conteúdo limitado
Realidades palacianas
Menir idealização da mulher
Desvilculação da música
Cancioneiro Geral - Garcia de Resende

Fonte: material didático OSE-COC

Resumo: Trovadorismo

Trovadorismo - Cantigas

1189/1198 - Publicação da cantiga "A Ribeirinha", de Paio Soares de Taveirós
1418 - Fernão Lopes é nomeado Guarda-Mor da Torre do Tombo

Contexto Histórico

Influência marcante da cultura provençal
Período mais fértil: século XIII ai início do século XVI

Características

Íntima ligação com a música

Cantigas Líricas

      1. Cantigas de Amor
Eu-Lírico masculino
Amor cortês
Sofrimento amoroso masculino (coita)
Origem nobre

     2. Cantiga de Amigo
Eu-Lírico feminino
Tom confidencial
Conotação erótica
Origem popular

Cantigas Satíricas

     1. Cantiga de Escárnio
Sátira Indireta
Linguagem não vulgar

     2. Cantiga de Maldizer
Sátira direta
Vocabulário chulo

Cancioneiros

Cancioneiro da Ajuda
Cancioneiro da Biblioteca vaticana
Cancioneiro da Biblioteca Nacional (Colocci-Brancutti)

Principais Artistas

Trovador
Jogral
Segrel
Menestrel

Principais Autores

D. Dinis
João Garcia de Guilhade
Martim Codax
Paio Soares de Taveirós

 Fonte: maretial didático OSE-COC de ensino.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Reposição de Aula

Olá, pessoal, tudo bem?

Como vocês devem ter percebido, não pude ir à última aula, do dia 10, por conta de uma irritação forte na garganta, que me deixou com a voz estragada. Mas no dia 17 agora, de Abril, pretendo repor os conteúdos e deixar nossa programação em dia. Para isso, conto com a permanência de vocês por mais uma hora e meia, mais ou menos, após o tempo normal de aula.
O professor Saulo ja avisou a respeito, mas venho confirmar a reposição, para o bem dos nossos estudos.
Espero vocês lá, combinado?

Grande abraço e bons estudos!
Ana

quarta-feira, 17 de março de 2010

Outro Cancioneiro pra vocês conferirem.

 Oi, pessoal, tudo bem?


Primriramente, queria dizer que nossa primeira aula foi muito legal, acho que vamos fazer um ótimo trabalho esse ano.

Como eu tinha dito, aqui vai um outro CD, que vocês podem baixar no blog cujo link vai abaixo. É um trabalho com músicas da época que estamos estudando, e acho que vocês vão gostar tanto quanto eu. 

El Cancionero de la Colombina

 Até a próxima aula/postagem,

Ana 

sexta-feira, 12 de março de 2010

Jordi Savall - El Cancionero de Montecassino

Oi, pessoal!

caso alguém tenha interesse em ouvir canções semelhantes àquelas que estamos vendo nas aulas, as dos Trovadores, essa é uma boa dica, está disponível para baixar:

El Cancionero de Montecassino

Até mais ver!
Ana

Livros indicados para o vestibular 2010 - Fuvest e Unicamp

Fonte: http://www.historiadaarte.com/


Auto da barca do inferno - Gil Vicente;
Memórias de um sargento de Milícias - Manuel Antônio de Almeida;
Iracema - José de Alencar;
Dom Casmurro - Machado de Assis;
O cortiço - Aluísio Azevedo;
A cidade e as serras - Eça de Queirós;
Vidas secas - Graciliano Ramos;
Capitães da areia – Jorge Amado;
Antologia poética (com base na 2ª ed. aumentada) – Vinícius de Moraes.



Você pode baixar esses e outros livros em http://www.dominiopublico.gov.br/